quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Quem dá mais?

Em outras palavras, sem eufemismo algum, Fernando Henrique Cardoso reforçou a máxima de que na política, o jogo do vale tudo, desde que conveniente para os candidatos e partidos, é algo legitimado no universo político-partidário. O importante é vencer a disputa. E o povo? Há o povo tem memória curta, antes do dia da votação já esqueceram tudo.
E se tratando dessa prática mesquinha e sorrateira, as coisas por aqui não são e nem nunca foram diferentes. Tem se visto nos últimos dias fatos como esses acontecerem em nossas vistas, políticos trocando de legendas e de grupos como se isso fosse uma coisa normal (Fernando Henrique afirmara que sim). O que é mais surpreendente não é a ação dos políticos, mais sim a do eleitor. A pressa é tão grande em escolher um candidato, que eles não esperam nem mesmo os registros de candidaturas acontecer, que já saem se oferecendo como se essa fosse uma função sua.
A prática em destaque é um problema sério, e aponta para uma verdade incômoda à cidadania e à democracia que é a preponderância do jogo de conveniência que toma conta da política eleitoreira em todo o país e que tem como cerne central, a total falta de coerência ao saber escolher e eleger um determinado candidato. Mais que isso, a morte da dignidade entre os políticos e eleitores, que num jogo de interesses, deixam as vezes de votar em alguém comprometido com a coisa publica, tornando cada vez mais uma eleição num verdadeiro balcão de negociações. O valioso balcão dos convenientes: quem dá mais.
O pior de tudo é saber que o preço quem paga, somos nós cidadãos, para quem como sempre é direcionada a conta. E que conta!
Por:
Silvio Silva