quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Quem dá mais?

Em outras palavras, sem eufemismo algum, Fernando Henrique Cardoso reforçou a máxima de que na política, o jogo do vale tudo, desde que conveniente para os candidatos e partidos, é algo legitimado no universo político-partidário. O importante é vencer a disputa. E o povo? Há o povo tem memória curta, antes do dia da votação já esqueceram tudo.
E se tratando dessa prática mesquinha e sorrateira, as coisas por aqui não são e nem nunca foram diferentes. Tem se visto nos últimos dias fatos como esses acontecerem em nossas vistas, políticos trocando de legendas e de grupos como se isso fosse uma coisa normal (Fernando Henrique afirmara que sim). O que é mais surpreendente não é a ação dos políticos, mais sim a do eleitor. A pressa é tão grande em escolher um candidato, que eles não esperam nem mesmo os registros de candidaturas acontecer, que já saem se oferecendo como se essa fosse uma função sua.
A prática em destaque é um problema sério, e aponta para uma verdade incômoda à cidadania e à democracia que é a preponderância do jogo de conveniência que toma conta da política eleitoreira em todo o país e que tem como cerne central, a total falta de coerência ao saber escolher e eleger um determinado candidato. Mais que isso, a morte da dignidade entre os políticos e eleitores, que num jogo de interesses, deixam as vezes de votar em alguém comprometido com a coisa publica, tornando cada vez mais uma eleição num verdadeiro balcão de negociações. O valioso balcão dos convenientes: quem dá mais.
O pior de tudo é saber que o preço quem paga, somos nós cidadãos, para quem como sempre é direcionada a conta. E que conta!
Por:
Silvio Silva

terça-feira, 19 de julho de 2016

POR QUE TEM QUE SER ASSIM?

Apesar de o homem ser dotado de inteligência e razão, o que o difere dos demais animais, muitas das vezes ele deixa de lado tais atributos para agir apenas pela emoção. Nada de errado deixar com que a emoção tome parte nas atitudes, principalmente nos dias de hoje onde o sentimento deu lugar a selvageria. Afinal, como já dizia um sábio: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Falar de sentimento é sempre difícil, principalmente tentando explicar através de palavras algo que só pode ser sentido. A liberdade que temos diante da própria constituição federal nos dá o direito de expressar o que sentimos desde que respeitemos os outros e a sociedade por um todo. Expressar a nobreza de qualquer sentimento como o amor, a paixão, a felicidade e até os nossos desafetos, desde que seja de forma equilibrada, faz bem a qualquer um, tirando o homem do seu mundo íntimo, compartilhando com o semelhante seus sentimentos. Mas o que nos chama atenção é a forma com que muitos expressam seus sentimentos. Alguns pontos principalmente como religião, o futebol e a política levam o ser humano a atitudes grotescas em defesa daquilo que acredita, agindo muitas das vezes de forma apaixonada e pouco racional. Como não devemos julgar a atitude alheia, principalmente no que tange à fé, e o futebol é algo secundário ou pelo menos deveria ser na vida de uma pessoa, analisemos apenas a paixão política dos três pontos aqui citados, por esta fazer parte do nosso dia-a-dia e influenciar diretamente a vida de todos nós. A política como sistema de regras à direção dos negócios públicos deveria beneficiar a todos, através de ações coletivas, e não a uma minoria. Apesar de não justificar, a paixão política, ou melhor, a paixão por políticos, nasce juntamente destes benefícios pessoais e familiares levando o beneficiado a "matar e morrer" na defesa do seu padrinho. É ai que vemos pessoas com uma paixão desenfreada de bandeira em punho, discursos eloquentes, apesar de vazios, defenderem políticos de forma a perder a própria identidade. Tem sido assim nas esferas federais, estaduais e municipais Brasil a fora! Cargos mantidos, favores arranjados, facilidades obtidas, beneficiando poucos, que muitas das vezes não têm competência para conseguir tais benfeitorias por meios lícitos onde se dá oportunidade para todos, através de concursos públicos. É o egoísmo de poucos comprometendo a vida de muitos, inclusive o futuro dos próprios descendentes pelo comodismo e desestímulo ao desenvolvimento das capacidades. Acostumou-se tanto os homens públicos não cumprirem o seu dever de forma digna e correta quando no poder,  que quando fazem apenas o básico e o essencial, parece fazer demais. Isso tem levado muitos a fechar os olhos, sem perceber que estes a quem estamos apaixonados politicamente, pouco se importam de fato com o todo, com as necessidades reais da sociedade e que muitas das vezes nos beneficiam com pequenos favores para nos fazer calar, enquanto agigantam suas estruturas políticas e pessoais, para alimentar também suas paixões políticas de poder.

Texto:
Gal

Por:

Silvio Silva

terça-feira, 12 de julho de 2016

Congratulations to the Community Health Agents

Quando vimos, já somos adultos (20 anos!). E de repente, nossa adolescência acabou. A questão é que a vida passa em questão de segundos. Crescer traz responsabilidades ( essa tivemos desde o inicio) e nem sempre a disponibilidade e o poder que precisamos. Mas tudo bem é a vida. Parece que foi ontem (17/07/1996), todo aquele alvoroço de centenas de pessoas lutando pelo mesmo objetivo, ser um agente comunitário de saúde.

Vinte anos se passaram. Queremos que as nossas ideias como grupo continuem sempre amadurecendo. Que conhecemos pessoas que valham a pena, como já convivemos com tantas. Que não percamos mais nenhuma delas (sim, odiamos perder pessoas). Que consigamos continuar repassando o que aprendemos em nossas comunidades, fazendo com que as pessoas sintam-se melhores, solitárias e que encontrem em nós, palavras que os faltam. Queremos agradecer à vida, a tudo. Queremos envelhecer vivendo assim, nos deixando levar, nos surpreendendo sempre, ajudando as nossas famílias no que for preciso e possível. Amando a todos, sem rugas, com o mais puro sentimento.

Hoje completamos mais um ano de existência, mais um de muitos, assim esperamos. E não dá para não agradecer a todos os envolvidos (quase todos) que durante essas duas décadas contribuíram para o nosso fortalecimento e aprendizado Destacamos: Prefeitos Harolfran Alves de Melo, Riod Ayub Jorge, Nilton Ferraz e Eunice Damasceno. As nossas instrutoras Irmã Serena e Irmã Antonia Costa. Aos nossos Secretários de saúde Dra. Luiza, Dr. Washington, Dra. Eunice, Enfermeira Joseane, Enfermeira Simone, Senhor Raimundo Carvalho, Enfermeiro Rogério Pinto e Enfermeira Rosilene Cabral. Aos nossos Enfermeiros Lucia, Elenice, Fábio, Simone, Charles, Joseane, Josélia, Márcia, Paula, keytiuce, Sorândia, Diógenes, Evaneide, Thais, Soraya, Rogério, Rosilene, jerlane, Carla karoliny, Gean, Nierbeth, Josaniel, Nayara, Shirliane, Jéssica Buzar, Carla Cabral, Vanessa kelveny, Thalita, Rúbia. A todos os Médicos (impossível listá-los). Aos nossos amigos de trabalho que não se encontram mais conosco nesta vida (Memorian): José Rodrigues (Dega), Dona Cota, Elizabete Pessoa,Irmã Inês. Aos nossos coirmãos de Nova Olinda e presidente Médici. E não poderíamos deixar de citar alguns amigos de trabalho, que por algum motivo tiveram de abandonar a carreira de agente de saúde: José Vieira, Rosimeire, Romero Catingueiro, Junielson Ducarmo, Eva, Heleno, Maria José Anibal, Rubetania, Alacides, Simeão, José Silva e aqueles que por esquecimento não foram citados. Sintam-se homenageados e abraçados neste texto. Obrigado mesmo, a todos e a todas por fazerem parte da nossa história, afinal vinte anos é uma vida e tem mais é que ser comemorado.


Por:

Silvio Silva

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade


Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor. 

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

Texto:

José Saramago


por:
Silvio Silva

domingo, 12 de junho de 2016

DISCURSO DIRETO E INDIDETO

Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em que se encontra, assim como as personagens e as condições de produção do texto.

Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu.

Vejamos cada um deles:

Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.
Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas.
Ex.
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”

“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”

Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.

Ex.
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)

“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)

Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.

Ex.
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”

“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado)

“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)

terça-feira, 7 de junho de 2016

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Para que serve a linguagem?
Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz.
Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona?
A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. 
Veja a seguir:

1) Função Referencial ou Denotativa

Palavra-chave: referente
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.

Exemplo:
Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial).
             
2) Função Expressiva ou Emotiva

Palavra-chave: emissor
Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.

Exemplos:
a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
c) Nós te amamos!

3) Função Apelativa ou Conativa

Palavra-chave: receptor
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Exemplos:
a) Você já tomou banho?
b) Mãe, vem cá!
c) Não perca esta promoção!

4) Função Poética

Palavra-chave: mensagem
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
Exemplos:
a)  “... a lua era um desparrame de prata”.
(Jorge Amado)
 b) Em tempos de turbulência, voe com   fundos de renda fixa.
(Texto publicitário)
c) Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)
5) Função Fática 
Palavra-chave: canal
Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Exemplo:
Alô? Está me ouvindo?

6) Função Metalinguística
Palavra-chave: código
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
Exemplo:
Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.
(Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)

Observações:
- Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
- As funções para a linguagem foram bem caracterizadas em 1960, por um famoso linguista russo chamado Roman Jakobson, num célebre ensaio intitulado "Linguística e Poética".



FIGURAS DE LINGUAGENS

São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de palavrasfiguras de pensamento e figuras de construção.

Figura de Palavra

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figuradosimbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Esses dois conceitos básicos - contiguidade similaridade - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.

Metáfora

A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo momentâneo; se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da mesa", "braço da cadeira").
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece.
Observe a gradação no processo metafórico abaixo:


Seus olhos são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como.
Observe agora:


Seus olhos são luzes brilhantes.
Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo:


As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa  é a verdadeira metáfora.
Observe outros exemplos:
1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa)
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum.

Metonímia

A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:


1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis(= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) 

2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)

3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)

4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)

5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a  morte. (= Sócrates tomou veneno.)

6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)

7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)

8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteresforam atrás dos jogadores.)

9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)

10 -  Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)

11 -  Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheresforam chamadas, não apenas uma mulher.)

12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)

13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)

14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.)

Catacrese

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos:
"asa da xícara""batata da perna"
"maçã do rosto""pé da mesa"
"braço da cadeira""coroa do abacaxi"
Perífrase

Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Sinestesia

Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Exemplos:
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil)
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual)


Figuras de Pensamento

Dentre as figuras de pensamento, as mais comuns são:

Antítese

Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos.

Observe os exemplos:
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade tristeza tomaram conta de sua alma.
Paradoxo

Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditóriasVeja o exemplo:
Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econômicas.
Eufemismo

Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.

Exemplos:

Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Ironia

Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em  ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor.

Veja os exemplos abaixo:
Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima!
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.
Hipérbole

É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia.

Exemplos:

Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac)


Prosopopeia ou Personificação

Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a 
seres não humanos.

exemplos:

As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse.
Chora, violão.


Apóstrofe

Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação.  Realiza-se por meio do vocativo.

 Exemplos:
Moça, que fazes aí parada?
"Pai Nosso, que estais no céu..."

"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
Gradação

Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax

Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões...
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade.

Outros exemplos:

"Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor". (Olavo Bilac)
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira)

Figuras de Construção ou Sintáticas

As figuras de construção ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido.

Elipse

Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos:
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
2)Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. 
Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".
3)Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)
Zeugma

Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente.

Exemplos:
Ele gosta de geografia; eu, de português.
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos.
Ela gosta de natação; eu, de vôlei.
No céu há estrelas; na terra, você.
Silepse

A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.
    Silepse de Gênero
    Os gêneros são masculino feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com aideia que o termo comporta. 

    Exemplos:
    1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso.
    Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho).

    2) Vossa excelência está preocupado.
    Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa excelência.
    Silepse de Número

    Os números são singular plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida.

    Exemplos:
    procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador.
    Como vai a turmaEstão bem?
    povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
    Note que nos exemplos acima, os verbos andaramestão gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissãoturma povo, respectivamente), mas com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural.
    Silepse de Pessoa
    Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito

    Exemplos:

    O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação.
    Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
    "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis)
    Observe que os verbos persistamostemos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileirosagricultores e cariocas que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas).

Polissíndeto / Assíndeto
Para estudarmos essas duas figuras de construção, é necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre período composto. No período composto por coordenação, podemos ter orações sindéticas ouassindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assindética.
Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção:

1) Polissíndeto

É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. 

Observe o exemplo:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila grita, luta ensanguenta, rola, tomba, se espedaça,morre." (Olavo Bilac)

"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.
2) Assíndeto

É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas.

Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
Pleonasmo

Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva.

Veja este exemplo:
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.

Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classsificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto pleonástico.
Exemplos:
"Vi, claramente visto, o lumo vivo." (Luís de Camões)

"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)

"E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)

"O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)
Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Vamos subir para cima.
Anáfora

É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos porpronomes relativos. Assim, observe o exemplo abaixo:
Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é um termo anafórico, já que se refere aum amigo anteriormente referido. 

Observe outro exemplo:
"Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto

Consiste na  mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. 

Veja o exemplo:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento.

Exemplos:

Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Obs.: o  anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo.

Hipérbato / Inversão

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração.

Exemplos:

Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)


Figuras de Som
Aliteração

Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo. 

Exemplos:
Três pratos de trigo para três tigres tristes. 

rato roeu a roupa do rei de Roma.

"Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
                               Cruz e Souza (Aliteração em "v")
Assonância

Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.

Exemplos:
"Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral."
Onomatopeia

Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. 

Exemplos:

Os sinos faziam blemblemblemblem.
Miaumiau. (Som emitido pelo gato)
Tic-tactic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
Cócórócócó, fez o galo às seis da manhã.


3 - Vícios de Linguagem

   Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe:

Pleonasmo Vicioso ou Redundância

Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma informação na frase.

Exemplos:

Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.
Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.

Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem.

Barbarismo

É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:
1) Pronúncia
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico.
Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)

b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas.
Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas)

c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.
Exemplos:
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
O segurança deteu aquele homem. (deteve)

2) Morfologia
Exemplos:
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)
Sou a aluna mais maior da turma. (maior)


3) Semântica
Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)

4) Estrangeirismos
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.
Exemplos:
show é hoje! (espetáculo)
Vamos tomar um drink? (drinque)


Solecismo

É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:

1) Concordância
Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)

2) Regência
Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao)

3) Colocação
Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)

Ambiguidade ou Anfibologia

Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.

Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai  falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)


Cacofonia

Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente.

Exemplos:
Uma mão lava outra. (mamão)

Vi ela na esquina. (viela)
Dei um beijo na boca dela. (cadela)


Eco
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.

Hiato

Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.

Ou eu ou a outra ganhará  o concurso.

Colisão

Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: Susaia sujou.