Ariano Suassuna (1927-
2014) foi um escritor brasileiro. "O Auto da Compadecida", sua
obra-prima, foi adaptada para a televisão e para o cinema. Sua obra reúne, além
da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino. Foi
poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Em 1989, foi
eleito para a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi
eleito para a cadeira nº 18 da Academia Pernambucana de Letra e em 2000, ocupou
a cadeira nº 35 da Academia Paraibana de Letras.
Infância
e Formação
Ariano
Vilar Suassuna (1927-2014) nasceu no Palácio da Redenção, na cidade de Nossa
Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, em 16 de junho de
1927. Filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna, na época, governador
da Paraíba, e de Rita de Cássia Dantas Villar foi o oitavo dos nove filhos do
casal. Passou os primeiros anos de sua infância na fazenda Acahuan, no
município de Sousa, no sertão do Estado.
Durante
a Revolução de 1930, seu pai, ex-governador da Paraíba e então deputado
federal, foi assassinado por motivos políticos, no Rio de Janeiro. Em 1933, a
família muda-se para Taperoá, no sertão da Paraíba, onde Ariano iniciou seus
estudos primários. Teve os primeiros contatos com a cultura regional assistindo
as apresentações de mamulengos e os desafios de viola.
Em
1938, a família muda-se para a cidade do Recife, Pernambuco, onde Ariano entra
para o Colégio Americano Batista, em regime de internato. Em 1943 ingressa no
Ginásio Pernambucano, importante colégio do Recife. Sua estreia na literatura
se deu nas páginas do Jornal do Comércio, em 1945, com o poema “Noturno”. Em
1946 ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde fundou o Teatro do
Estudante de Pernambuco, junto com Hermilo Borba Filho, entre outros. Em 1947,
escreve sua primeira peça "Uma Mulher Vestida de Sol". No ano
seguinte escreve "Cantam as Harpas de Sião". Em 1950, conclui o curso
de Direito. Dedicou-se à advocacia e ao teatro.
O
Auto da Compadecida
Em
1955, Ariano escreve a peça "O Auto da Compadecida" que se enquadra
na tradição medieval dos Milagres de Nossa Senhora, em que numa história mais
ou menos profana, o herói em dificuldades apela para Nossa Senhora. Em estilo
simples, o humor e a sátira une-se num tom caricatural, porém com sentido
moralizante. Ariano traz uma visão cristã sem se aprofundar em discussões
teológicas, denunciando o preconceito, a corrução e a hipocrisia. No dia 11 de
setembro de 1956 estreia a peça no Teatro Santa Isabel. No ano seguinte, a peça
estreia no Rio de Janeiro no 1º. Festival de amadores nacionais.
Professor
de Estética
A
partir de 1956, Ariano Suassuna passou a dar aulas de Estética na Universidade
Federal de Pernambuco e abandona a advocacia. Em 1957 casa-se com Zélia de
Andrade Lima, com quem teve cinco filhos. Permanece como professor até 1994,
quando se aposenta, porém em 2008 volta a dar aulas na UFPE, no curso de
Letras, ministrando a cadeira de Estética.
Movimento
Armorial
Em
1970, Ariano Suassuna cria e dirige o Movimento Armorial, com o objetivo de
realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares. Mais do que
um movimento, o armorial buscava ser um preceito estético, que partia das
ideias de que é preciso criar a partir de elementos realmente originais da
cultura popular do país, como os folhetos de cordel, os cantadores, as festas
populares, entre outros aspectos.
Romance
d’A Pedra do Reino
Em
1971, Ariano Suassuna publica "Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do
Sangue do Vai e Volta, com mais de 700 páginas, que demorou dez anos para ser
concluído. No relato do personagem “Quaderna” utiliza elementos de cordel, da
epopeia, do romance de cavalaria, das tradições populares e do mito de
Dom Sebastião para construir uma farsa que transita entre o popular e o erudito
ao mesmo tempo.. No ano seguinte recebe o Prêmio de Ficção Nacional conferido
pelo Ministério de Educação e Cultura.
Academia
Brasileira de Letras
Ariano
Suassuna escreveu 15 livros de romance e poesia e 18 peças de teatro. Suas
obras “A Mulher vestida de Sol”, “Romance d’A Pedra do Reino” e “O Auto da
Compadecida”, foram transformadas em séries e filmes. Em 1989, Ariano foi
eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1990 assumiu a cadeira nº. 32.
Aula
Espetáculo
Em
1995 assume a Secretaria Estadual de Cultura, no governo de Miguel Arraes. AS
aulas-espetáculos se tornam um projeto de governo para difundir no Estado e no
Brasil a cultura Pernambucana. Ariano recebia inúmeros convites para realizar
"aulas-espetáculos" em várias partes do país onde, com seu estilo
próprio e seus "causos" imaginativos, deixava o público encantado.
Últimos
Anos
Em
2007, Ariano Suassuna assume a Secretaria Especial de Cultura do Estado,
convidado por Eduardo Campos. No segundo mandato do governador, Ariano passa a
integrar a Assessoria Especial do governo de Pernambuco.
Obras de Ariano Suassuna
Uma
Mulher Vestida de Sol, 1947
Cantam as Harpas de Sião (ou o Despertar da Princesa), 1948
Os Homens de Barro, 1949
Auto de João da Cruz, 1950 (Prêmio Martins Pena)
Torturas de um Coração, 1951
O Arco Desolado, 1952
O Castigo da Soberana, 1953
O Rico Avarento, 1954
Ode, 1955 (poesia)
O Auto da Compadecida, 1955
O Casamento Suspeito, 1956
A História de Amor de Fernando e Isaura, 1956
O Santo e a Porca, 1958
O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, 1958
A Pena e a Lei, 1959
A Farsa da Boa Preguiça, 1960
A Caseira e a Catarina, 1962
O Pasto Incendiado, 1970 (poesia)
Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, 1971 (parte da trilogia)
Iniciação à Estética, 1975
A Onça Castanha e a Ilha Brasil, 1976 (Tese de Livre Docência)
História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, 1976 (parte da trilogia)
Sonetos Com Mote Alheio, 1980 (poesia)
Poemas, 1990 (Antologia)
Almanaque Armorial, 2008.
Cantam as Harpas de Sião (ou o Despertar da Princesa), 1948
Os Homens de Barro, 1949
Auto de João da Cruz, 1950 (Prêmio Martins Pena)
Torturas de um Coração, 1951
O Arco Desolado, 1952
O Castigo da Soberana, 1953
O Rico Avarento, 1954
Ode, 1955 (poesia)
O Auto da Compadecida, 1955
O Casamento Suspeito, 1956
A História de Amor de Fernando e Isaura, 1956
O Santo e a Porca, 1958
O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, 1958
A Pena e a Lei, 1959
A Farsa da Boa Preguiça, 1960
A Caseira e a Catarina, 1962
O Pasto Incendiado, 1970 (poesia)
Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, 1971 (parte da trilogia)
Iniciação à Estética, 1975
A Onça Castanha e a Ilha Brasil, 1976 (Tese de Livre Docência)
História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, 1976 (parte da trilogia)
Sonetos Com Mote Alheio, 1980 (poesia)
Poemas, 1990 (Antologia)
Almanaque Armorial, 2008.
Ariano Suassuna faleceu no
Recife, no dia 23 de julho de 2014, decorrente das complicações de um AVC
hemorrágico.