quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

DE GALHO EM GALHO

Aproxima-se mais uma eleição municipal, onde o direito de barganhar para muitos é muito mais interessante do que os interesses coletivos. As peças do tabuleiro eleitoral começam a ser mexidas e posicionadas a seis meses da eleição. O jogo é complexo porque são muitos egos a serem administrados e poucos espaços para alocar tanto narcisismo. Numa eleição existem os aliados de um lado com interesses e objetivos em comum. Na outra ponta tem outro grupo (ou grupos) que é contra os interesses do grupo opositor. Na disputa, o discurso agressivo, o baixo nível do debate e a lavagem de roupa suja vão para os palanques, nas panfletagens, no corpo-a-corpo nas ruas e nos debates nas escolas. Quem tem a melhor plataforma de trabalho? Quem tem as melhores condições de assumir a função executiva e parlamentar? Qual dos candidatos tem as melhores intenções para fazer do seu mandato uma obra em favor da sociedade? Até então, o que está valendo é o conceito de se fazer o melhor discurso para conquistar uma parte dos eleitores. Numa estratégia de jogo podemos encontrar inimigos ferrenhos de longas datas que jamais se sentariam juntos numa mesma mesa de restaurante, mas por amor ao povo, estão coligados-associados-consorciados para unificar a força e subirem todos ao mesmo palanque. Por amor ao povo os inimigos hoje, são amigos íntimos de infância. Encontramos os oportunistas de “sombras” que rondam e rondam determinadas figuras do meio político para ficar ao lado dele e usar seu prestígio e o seu dinheiro durante a campanha. Também temos os navegadores àqueles que vão de um lado para o outro conforme a onda levar. Há os que gostam de fixar residência com um determinado grupo e tomar conta da base de sustentação para determinar quem entra, quem sai e quem deve ou não ser convidado. Existem aqueles que se elegem por um determinado grupo, e nem mesmo assumem o mandato e já debandam para um grupo que antes era oposição. Tudo isso para não perder as benesses que só mesmo os que estão no topo dos governos municipais conhecem. É o efeito cascata da pós-eleição. Conquistados o poder os interesses mudam. Mudam o discurso, a ação e muda o conceito do que é integridade, fidelidade e bandeira ideológica. E assim caminha a politicalha, com seus acordos esdrúxulos que só eles entendem.  

Por:


Silvio Silva

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