Aproxima-se mais uma eleição
municipal, onde o direito de barganhar para muitos é muito mais interessante do
que os interesses coletivos. As peças do tabuleiro eleitoral começam a ser
mexidas e posicionadas a seis meses da eleição. O jogo é complexo porque são
muitos egos a serem administrados e poucos espaços para alocar tanto narcisismo.
Numa eleição existem os aliados de um lado com interesses e objetivos em comum.
Na outra ponta tem outro grupo (ou grupos) que é contra os interesses do grupo
opositor. Na disputa, o discurso agressivo, o baixo nível do debate e a lavagem
de roupa suja vão para os palanques, nas panfletagens, no corpo-a-corpo nas
ruas e nos debates nas escolas. Quem tem a melhor plataforma de trabalho? Quem
tem as melhores condições de assumir a função executiva e parlamentar? Qual dos
candidatos tem as melhores intenções para fazer do seu mandato uma obra em
favor da sociedade? Até então, o que está valendo é o conceito de se fazer o
melhor discurso para conquistar uma parte dos eleitores. Numa estratégia de
jogo podemos encontrar inimigos ferrenhos de longas datas que jamais se
sentariam juntos numa mesma mesa de restaurante, mas por amor ao povo, estão
coligados-associados-consorciados para unificar a força e subirem todos ao
mesmo palanque. Por amor ao povo os inimigos hoje, são amigos íntimos de infância.
Encontramos os oportunistas de “sombras” que rondam e rondam determinadas
figuras do meio político para ficar ao lado dele e usar seu prestígio e o seu
dinheiro durante a campanha. Também temos os navegadores àqueles que vão de um
lado para o outro conforme a onda levar. Há os que gostam de fixar residência
com um determinado grupo e tomar conta da base de sustentação para determinar
quem entra, quem sai e quem deve ou não ser convidado. Existem aqueles que se
elegem por um determinado grupo, e nem mesmo assumem o mandato e já debandam
para um grupo que antes era oposição. Tudo isso para não perder as benesses que
só mesmo os que estão no topo dos governos municipais conhecem. É o efeito
cascata da pós-eleição. Conquistados o poder os interesses mudam. Mudam o
discurso, a ação e muda o conceito do que é integridade, fidelidade e bandeira
ideológica. E assim caminha a politicalha, com seus acordos esdrúxulos que só
eles entendem.
Por:
Silvio Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário