quinta-feira, 11 de junho de 2020

agente - há gente - a gente

HÁ GENTE que posta no Face: * Gente, é carnaval! AGENTE vai cair na folia! Claro que entendi a mensagem. Mas deu vontade de perguntar: Qual agente? De polícia? De governo? De agência de moda? Da dengue ou da Aids? Rsrsrs A bem da verdade, todos que gostam de carnaval caem na folia; não só agente(s). Agora, quando A GENTE escreve, A GENTE deve prestar atenção para não transmitir a mensagem de forma inadequada. A GENTE é empregado na linguagem popular, ou seja, é marca da oralidade coloquial e corresponde ao pronome NÓS. Veja: A GENTE vai cair na folia! NÓS vamos cair na folia! _ E daí, professor? É carnaval mesmo... _ Bem, mas HÁ GENTE que se interessa por essas questões, e aqui também é lugar de tirar essas dúvidas - contando que amigos e alunos meus visitam minha página no Facebook. _ Ah, tá! E esse "há gente", professor? Usamos HÁ GENTE quando se quer dizer que TEM GENTE, EXISTEM PESSOAS, etc. Os dois primeiros espontaneamente usados na oralidade. O último é mais formal. _ Resumindo... Sei que HÁ GENTE que, provavelmente, vai me criticar por eu agir às vezes como AGENTE da língua portuguesa escrita nas mídias. Mas também entendo que o importante é A GENTE se fazer entender.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Non transiet


Video navis ad navigandum
Ad me deferretur
illorum temporum venimus
absque having ut fatigo circa

nunc tempus aliud
et cum cessabit mare
Habemus ad Domi manere
tempestas transiens usque

Silvio Silva

Vai passar


vejo um barco navegando
que saudades que dar
daqueles tempos que navegávamos
sem ter que nos preocupar

o tempo agora são outros
e mesmo com a calmaria do mar
temos que permanecer em casa
até essa tempestade passar


Silvio Silva

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Revestrés


O oposto do oposto revertério contradição
Severidade intolerância castigo perdão
Vírus bactérias sistema imunização
Mcdonalds bobs espetinhos carvão
Zé ramalho Pixinguinha Luiz Gonzaga rei do baião
Política politicalha pobreza servidão
Zumbi Nélson Mandela apartheid libertação
Donald Trump Kim Jun Un diálogo explosão
Lula Bolsonaro incompetência corrupção
Céu inferno injustiça escuridão
José Sarney Flávio Dino miséria Maranhão
Tango samba copa do mundo seleção
Maresia tsunami sol nascente destruição
Ótica íris cegueira visão
Abrão Jesus Cristo Maomé religião
Certo de que não rimei em vão
Concluirei essa rima com a estrofe de uma canção
Escrita por Renato Russo, compositor da legião
Diga-me como chegar até as nuvens com os pés no chão...

Silvio Silva


sábado, 11 de abril de 2020

Minha Senhora


Minha senhora adorada

Infinito és o meu amor por ti
Naquela noite estrelada
Horas abençoada que te conheci
Amo – te pois bem sei que gostas de ser amada

Senhora do meu destino
És para mim o meu viver
Não acredites que um dia eu possa te esquecer
Hoje eu te amo mais que amanhã
Ontem menos que hoje
Rogais que seja sempre assim
Amanhã serás um novo dia e você pertinho de mim

Texto
Por:
Silvio Silva



sexta-feira, 10 de abril de 2020

Por um instante


Por um instante fora só uma notícia
Por um instante era apenas um vírus
Por um instante é só uma gripizinha
Por um instante é lá na china
Por um instante chega na europa
Por um instante já está nos estados unidos
Por um instante não chega aqui
Por um instante aparecem os primeiros casos
Por um instante não precisamos entrar em pânico
Por um instante decretam quarentena
Por um instante estamos trancafiados
Por um instante o medo e a apreensão tomam conta de todos
Por um instante é só mais um instante a qual não sabemos o que vai acontecer
Por um instante a todo instante queremos que tudo isso passe e que tudo volte ao normal

Texto
Por:
Silvio Silva



terça-feira, 31 de março de 2020

Joana Cabral Dias, Simplesmente Irmã Joana Paula


Nada é mais forte, admirável e formidável do que uma mulher que sabe o que quer e não tem medo de ser quem é. Nascida em uma época em que as mulheres eram tidas somente para cuidar das atividades domésticas e principalmente reproduzir (parir), Joana Cabral Dias foi muito mais além, empreendeu e comercializou como poucos, numa sociedade extremamente machista e conservadora, em que a mulher não tinha direitos de intervir em negócios que eram exclusividade dos homens.
Filha, irmã, tia, prima, sobrinha, esposa, mãe, avô, bisavô, trisavó (tataravó), irmã em cristo, conselheira. Quantos adjetivos mais teriam de se usar para definir essa mulher? Por toda a sua história, o adjetivo Heroína o representa no mais amplo sentido da palavra.
Joana Cabral Dias carrega consigo vários pseudônimos: Mãe Joana, Vovó Joana, Dona Joana e principalmente Irmã Joana Paula, como é conhecida em toda Santa Luzia do Paruá - Maranhão. Nasceu em Curralzinho, município de Pinheiro – Maranhão, em 28 de março de 1940. Filha de Raimundo Peixoto e Maria da Glória Cabral, sendo ela a sexta filha de treze irmãos. Constituiu uma família numerosa; 02 filhos, 08 netos, 19 bisnetos e 01 trineto (tataraneto). Teve uma infância pobre e sofrida, não estudou. Ainda criança, teve que ajudar os pais na lida diária, como não tinha tempo para estudar, dividia o nas tarefas domésticas e no alambique de cachaça da família. A vida lhe ensinou que a honestidade e o caráter são ferramentas essenciais para uma pessoa vencer na vida. Casou muito nova (quinze anos), com o senhor Raimundo Paulo Dias (in memorian), homem virtuoso, como ela o denomina. Teve o seu primeiro filho aos dezesseis anos, esse morreu ao nascer. Um ano depois, nascia Maria Helena Cabral Dias, hoje advogada. Conta dona Joana que quando Helena nasceu, a pobreza era tão extrema, que não puderam cria-la, sendo entregue para o seu avô com um ano de idade.  Com tanta pobreza, aprendeu a quebrar coco babaçu, pescar e ajudar o senhor Raimundo Paulo no plantio e colheita da roça. Com muitas idas e vindas, a vida foi melhorando, já possuía uma quitanda, algumas cabeças de galinhas, uns porquinhos e um pouco de legumes no paiol.  Seis anos passaram, nesse período, muda-se de Curralzinho para o Moite, localidade essa encravada na zona rural do município de Santa Helena - Maranhão. Junto com a mudança para o Moite, vem o nascimento do seu terceiro filho, José Ribamar Cabral Dias (Zequinha da Pinheirense), empresário. Ela relata que quando engravidou de Zequinha fez uma promessa para São Jose de Ribamar, promessa essa, que se tivesse um bom parto, deixaria o cabelo de Zequinha crescer, e que só seria cortado na igreja da cidade de São José de Ribamar – Maranhão. O engraçado dessa promessa, é que devido não ter condições de ir até a cidade de São José de Ribamar, faz um acordo com o padre da paroquia de Santa Helena, para pagar lá mesmo. São muitos “causos” como diz o seu filho Zequinha, um desses tantos, que certo dia, não tinha ninguém que ficasse olhando Zequinha, para que pudesse quebrar cocos. Num instante, teve uma ideia, cavou um buraco na terra, colocou água e pôs Zequinha dentro, para, enfim, trabalhar. Os anos foram passando e com ela a vontade de morar em lugar maior, Raimundo Paulo comercializava o que produzia (arroz, farinha, milho, feijão, etc.) naquelas localidades perto do Moíte. Esse transporte era feito por tropeiros (em lombos de burros). Sempre que podia, dona Joana acompanhava o senhor Raimundo Paulo nessas viagens. Foi numa viagem dessas que dona Joana teve a ideia e perguntou para o senhor Raimundo Paulo o porquê deles não mudarem para um lugar mais desenvolvido, onde pudessem aumentar o comércio e colocar os filhos para estudar. Senhor Raimundo Paulo retrucou e disse que ainda não era hora de sair do Moíte. Dona Joana, muito jeitosa, aos poucos foi convencendo o senhor Raimundo Paulo para fazer a mudança. A ideia inicial seria mudar para Bragança no estado do Pará. No entanto, entra na história o Compadre Januário, homem de visão futurista, e argumenta que o melhor era mudar-se para Santa Luzia do Paruá, por lá ser uma localidade nova (na época) com um crescimento acelerado e um impressionante potencial para o comércio (secos e molhados).  Assim o fizeram e, no ano de 1973, chegam a Santa Luzia do Paruá-Maranhão. Em Santa Luzia do Paruá, se estabeleceram no prédio que hoje funciona a secretária da assistência social e a casa ao lado próxima a escola Laura Estrela. Dona Joana relata que o compadre Januário estava certo quando o fez os mudarem de ideia.  Foram algumas décadas nesse endereço. Prosperou e ajudou Santa Luzia do Paruá comercialmente, pois, ao longo dos anos fora um dos maiores comércios de secos e molhados da região. Em 1983 compram a casa que hoje funciona o Centro Administrativo do Grupo Pinheirense.  Foi peça fundamental na emancipação política de Santa Luzia do Paruá no ano de 1987, como é uma pessoa articulada, ajudou muito o nosso município se desmembrar de Turiaçu.  No ano de 1992 veio outra mudança, essa não foi de cidade, mas sim, de endereço. Venderam a casa que funcionava o comércio e a casa de moradia, comprando a Chácara onde residem atualmente. Talvez de toda a trajetória de vida de Joana Cabral Dias, não tenha existido um ano mais difícil que o de 2005, ano em que perde o seu esposo Raimundo Paulo Dias. Morre no dia 20 de dezembro, e deixa em sua alma uma lacuna que jamais será preenchida. Dona Joana continua viva, lúcida, sendo ainda uma mãe, avó, bisavó e tataravó presente na vida de seus familiares.
Essa é Joana Cabral Dias ou Simplesmente Irmã Joana Paula, biografada texto acima. Mulher guerreira, batalhadora passou por muitas adversidades, mas mesmo assim, conseguiu vencer na vida sem precisar passar por cima dos seus princípios.

Texto
Por:
Silvio Silva